Uma final inusitada, Grêmio e Lanús vivem seus respectivos contos de fadas. Os argentinos jamais disputaram uma final de Libertadores, o clube vem quebrando o estigma de clube de menor expressão e conquistou a Copa Sul-americana e o Campeonato Argentino. O Grêmio, após mais de uma década na sombra do rival, voltou a conquistar um título de maior peso, rompeu o ciclo de eliminações, de comemorar vagas, ônibus, sites, musas, dvd de Série B, não é mais o " Grêmio Tcheco " ou o "Grêmio dos Aflitos ".
O futebol é o esporte mais popular do planeta e, a imprevisibilidade, é parte inseparável de sua magia. Em 2015 o Inter amassou um combalido Grêmio na final do gauchão, os azuis apostavam no técnico do 7 a 1, em jogadores abaixo da crítica e que " hablavam", eram os casos de Matias Fernandez e Brian Rodriguez; também, um contrato extremamente prejudicial da Arena, drenava qualquer intenção gremista de buscar jogadores com custos mais elevados. Ao contrário do Grêmio, o Inter havia formulado um acordo vantajoso na questão do estádio, a pujança financeira permitira a contração de estrelas, o clube se encontrava na posição de favorito ao título da Libertadores de 2015.
Abruptamente a gangorra virou, o torcedor colorado passou os últimos anos sendo forjado a ferro e fogo, a vida cor de rosa que sonhávamos se transformou no quinto dos infernos.
O destino parece conspirar para mais um título do rival, enfrentando, é igualmente ou mais notável ainda a ascensão do Lanús. Creio em um final agridoce de 2017, fatigados, por um time abaixo da crítica e com um gosto doce vindo de uma derrota gremista.
Acima de tudo, o torcedor colorado deve pensar o clube como um viciado em drogas buscando sua reabilitação, não podemos cair na armadilha do imediatismo, nas promessas demagogas de supostos salvadores da pátria. Restaram ruínas do Inter, reconstruiremos as vitórias meticulosamente, para que os alicerces não sejam provisórios e vulneráveis a qualquer quadrilha que por ventura tente nos sugar novamente.