Fonte: Lances Futebol - Canal do YouTube
Apesar de falarem em 4-1-4-1, o que eu vi no Maracanã foi um
4-5-1. Na linha de 5, à
direita, tínhamos o Vampiro, tentando cumprir papel tático de marcador. Foi um
desastre como tal e, como armador, não produziu absolutamente nada, pois no
canto do campo, jamais foi ao meio, lugar ocupado pelos três volantes ou
semi-volantes. Por sorte, o Flamengo optou por atacar do lado do Uendel, uma
babá de jogador, fraco fisicamente, fraco tecnicamente. Desse lado, Sóbis
esteve mal. Já na falta à beira da área no início do primeiro tempo, demonstrou
que estava em viagem própria, pois, em vez de cruzar para o cabeceio dos
companheiros, resolveu cobrar direto. Jogou a bola para a arquibancada.
Agora, o que me impressionou mal, muito mal, foi deixar o
meio para Edeunisso, Patrick e Lindoso. O miolo do campo e as eventuais progressões rumo ao ataque tinham de ser
feitas por esses três jogadores, que não souberam, ou não sabem, fazê-las. Foi
uma tristeza só. Lindoso pouco apareceu. Patrick se enrola com a bola, passa o
pé por cima dela, tentando uma virada de 180 graus no melhor estilo peladeiro,
e nada acontece. O esforçado Edeunisso até que tentou, mas se deu mal
justamente no lance crucial do jogo, em que tentou progredir passando pelo meio
de dois flamenguistas. Resultado: gôlo dos Urubus.
A filosofia
de jogo e de clube ora vigente no Internacional —contra a qual tenho me
debatido inutilmente há uns dois anos, já que todos acham que o Vampiro é rei —
consiste em jogar para esperar o adversário. O time não propõe o jogo. Não cria
nada, porque não tem jogadores que saibam criar alguma coisa. O único criador,
a besta argentina, não aceita sequer modelo de time que contemple jogador
coadjuvante a seu lado, também criador como ele. Não. Criador é somente
D’Alessandro. O resto tem de ser composto por volantes voluntariosos. Nem
pensar em encher a bola de um Aranguiz, por exemplo. Ídolo é um só, o camisa 10
colorado. Isso é tão claro que, no Maracanã, 90% dos torcedores colorados
vestiam a camisa 10, numa verdadeira lavagem cerebral de marketing pró-Cabezón.
Faz-se, portanto, um time
e um clube girar em torno de um só homem. Mesmo que não haja títulos relevantes
desde 2011.
Quero informar, contudo, que o clube resistirá e não
passará, ao contrário dos medíocres que hoje o comandam e detêm.
Na história, estarão
sempre Falcão, Figueroa e Fernandão. Nosso próximo grande ídolo ainda está por
nascer.
Saudações coloradas,
Dom Ciffero.