sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Dom Ciffero: Presente no atropelamento colorado na quarta-feira.

Fonte: Lances Futebol - Canal do YouTube


Apesar de falarem em 4-1-4-1, o que eu vi no Maracanã foi um 4-5-1. Na linha de 5, à direita, tínhamos o Vampiro, tentando cumprir papel tático de marcador. Foi um desastre como tal e, como armador, não produziu absolutamente nada, pois no canto do campo, jamais foi ao meio, lugar ocupado pelos três volantes ou semi-volantes. Por sorte, o Flamengo optou por atacar do lado do Uendel, uma babá de jogador, fraco fisicamente, fraco tecnicamente. Desse lado, Sóbis esteve mal. Já na falta à beira da área no início do primeiro tempo, demonstrou que estava em viagem própria, pois, em vez de cruzar para o cabeceio dos companheiros, resolveu cobrar direto. Jogou a bola para a arquibancada.

Agora, o que me impressionou mal, muito mal, foi deixar o meio para Edeunisso, Patrick e Lindoso. O miolo do campo e as eventuais progressões rumo ao ataque tinham de ser feitas por esses três jogadores, que não souberam, ou não sabem, fazê-las. Foi uma tristeza só. Lindoso pouco apareceu. Patrick se enrola com a bola, passa o pé por cima dela, tentando uma virada de 180 graus no melhor estilo peladeiro, e nada acontece. O esforçado Edeunisso até que tentou, mas se deu mal justamente no lance crucial do jogo, em que tentou progredir passando pelo meio de dois flamenguistas. Resultado: gôlo dos Urubus.

A filosofia de jogo e de clube ora vigente no Internacional —contra a qual tenho me debatido inutilmente há uns dois anos, já que todos acham que o Vampiro é rei — consiste em jogar para esperar o adversário. O time não propõe o jogo. Não cria nada, porque não tem jogadores que saibam criar alguma coisa. O único criador, a besta argentina, não aceita sequer modelo de time que contemple jogador coadjuvante a seu lado, também criador como ele. Não. Criador é somente D’Alessandro. O resto tem de ser composto por volantes voluntariosos. Nem pensar em encher a bola de um Aranguiz, por exemplo. Ídolo é um só, o camisa 10 colorado. Isso é tão claro que, no Maracanã, 90% dos torcedores colorados vestiam a camisa 10, numa verdadeira lavagem cerebral de marketing pró-Cabezón.

Faz-se, portanto, um time e um clube girar em torno de um só homem. Mesmo que não haja títulos relevantes desde 2011.

Quero informar, contudo, que o clube resistirá e não passará, ao contrário dos medíocres que hoje o comandam e detêm.

Na história, estarão sempre Falcão, Figueroa e Fernandão. Nosso próximo grande ídolo ainda está por nascer.

Saudações coloradas,
Dom Ciffero.