O nosso “Abelão” eterno. Sim, ele mesmo, que, embora o histórico, ainda é atingido pela amargura dos incrédulos (compreensível, face a seca de títulos decorrente dos fracassos daqueles muitos que o sucederam).
O nosso timoneiro. Que nos possibilitou conquistar as terras mais longínquas do oriente, tal qual um Marco Polo do século XXI, forjado no Rio Grande de São Pedro, mas com a sapiência regada a muito vinho, uísque, noções de piano e a malandragem aristocrata adquirida no Leblon Carioca.
Enfim! Abelão FICA, e permanece, também, no internacional, a RAZÃO e a PONDERAÇÃO.
Sem mais delongas: o time encaixou! A base vem sendo aproveitada como nunca (e com os jogadores adequados) – sem mais nabas!; um zagueiro de seleção sub 20 entra quando MOLEDO, nosso comandante de defesa dentro do campo de batalha, não pode atuar; PraxeDEZ é o encarregado de criar; Caio vidal metendo correria na frente, com MUITO MAIS QUALIDADE do que nabas mais veteranas.
Não obstante, além de outros fatores RELEVANTES no quesito escalação, há um aspecto prático: trocar de treinador não é algo salutar.
Aqui, vale ressaltar um ponto; muito da viuvez e do luto em relação à fuga do “Guardiola Rosarino Chacho El Genio” se deve à ideia, quase unânime, de que interromper trabalhos (seja no esporte ou em qualquer outro ramo da vida) é algo problemático.
O êxodo coudetiano possivelmente teve razões de bastidores (ainda não desvendadas), mas também um claro cálculo, efetuado pelo hermano, relativo ao custo de oportunidade: com eleições no meio do caminho, um contrato que deixava um futuro incerto para 2021, a escolha mais lógica ao treineiro era o ingresso nas Espanhas através da Galicia.
Tal abandono nos deixou órfãos, pois, de fato, ficamos sem pai nem mãe nas copas. E só voltamos a ter alguma tutela sob a batuta ABELINA, no jogo da volta contra o Boca, onde fez-se a luz.
O meio de campo com Patrick e Edeunisso, JUNTOS (e com vontade de jogar), nos dá chances. A inserção de PraxeDEZ é o toque de categoria que faltava. E o time começou a se aprumar.
Abel ficou! E deveria ficar, sob pena de que o Internacional trocasse seu nome para SPORT CLUB SURREAL. Pois é o surrealismo a única explicação para a amargura e desejo de parte da torcida colorada – ainda enlutada com a debandada de Chacho y su trupe – em ver Abel longe do Beira-rio.
Não há outra explicação. Cogitar a saída de um treinador cuja equipe tenha vencido os últimos quatro jogos é surrealismo puro. Duvido que haja episódio similar na história do futebol: o sujeito treina um time, que vence 4 jogos na sequencia, com mais da metade do 2º turno de um torneio a disputar, e tem o cargo ameaçado.
Pois bem, fica o Nosso Guia e, com ele, ficam a continuidade, a confiança dos jogadores E AS CHANCES DE TÍTULO.
Finalmente, cabe fazer um último “parêntese”: Abel não acabou com as chances no Brasileiro. E isto se deve a duas razões:
Com Chacho sequer fomos campeões do primeiro turno, já vínhamos de uma sequência nefasta de três jogos sem vitórias (Flamengo, Corinthians e Coritiba), mas, principalmente, o São Paulo tinha 3 jogos a menos. Ou seja, com Chacho, tínhamos potencialmente os mesmos 9 pontos a menos que ainda temos hoje, em relação ao São Paulo.
Estes 9 (nove) pontos são “buscáveis”:
Em primeiro lugar porque há um confronto direto, o qual pode reduzir a diferença para seis pontos;
Além disto, caso o São Paulo chegue à final da Copa do Brasil, em algum momento poupará jogadores;
Por fim, campeonatos de anos anteriores já nos mostraram que a diferença de 9 pontos não é obstáculo.
É o que se observa dos campeonatos de 2005 e 2009.
Comecemos pelo último. Em 2009 o Flamengo chegou a ficar 11 pontos atrás do Inter. O final já sabemos e lembramos: rodada final e derradeira dependendo de uma vitória simples contra o Gremio, no Maracanã.
E em 2005 (link aqui), com ainda menos rodadas a disputar (sete rodadas a disputar), estávamos com 08 (oito) pontos atrás do Corinthians e seu elenco milionário e estelar.
Acabamos em segundo, diante das circunstâncias que todos lembramos, por apenas 3 pontos. Eis a tabela de 2005 na 34ª rodada:
No campeonato atual, temos uma sequência de jogos interessante, na qual é possível fazer uma boa pontuação e continuar entre os primeiros até o confronto direto contra o SP.
Ademais, na antepenúltima rodada, há um confronto direto contra o Flamengo.
Em suma, é possível. Ainda há chances!
E, embora "curto", o elenco é jovem e bom. E sob o comando daquele que nos deu as maiores alegrias.
28/12/2020. O Dia do Fico. Do “Fico” que vai nos tirar do jugo e dos grilhões das derrotas e da amargura. A única alegria (?) colorada neste ano nefasto.
Louco Abel Colorado. Rumo ao tetra sonhado!
Felizes aqueles que creram sem ver!
E um feliz 2021 a todos.
Forte abraço,
Claudemir “Abelista” Lindenberg.